quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Oi

INICIANDO...

Passeando com a mente através das ruelas escuras da cidade, lembro de quando eu estava lá, observando. Presto atenção nos momentos que as cidades nos proporcionam, seja quando chegamos a um lugar e sentimos o impacto subjetivo da atmosfera criada por uma soma de música + pessoas + ânimos das pessoas + nossa própria receptividade àquilo, ou quando nos salvamos de um atropelamento ou até mesmo na aparente mesmice de ficar parado e contemplando a rua.

Penso comigo mesmo: será que algo pode ser tirado daí? Um pirata estaria satisfeito por achar um baú de tesouros ou um rei sem reino se sentiria aliviado por achar o lugar perfeito para montar seus domínios? Bem, o que eu sei é que tais momentos conservam algumas vezes a semente para um desejo (excluindo aqui a questão do atropelamento... foi um exemplo bobo). O momento prepara a semente até que ela abre no momento que você experimenta aquilo, ficando ávido por uma viagem a um lugar que, depois de uma procura involuntária nos seus arquivos mnemônicos, corresponde à situação vivida. 

Cavando um pouco mais, encontro-me em um dilema: Será que de alguma forma não somos controlados? Será que não fazemos parte, mesmo sem querer, de um plano das egrégoras das cidades? Para quem nunca discutiu esse tema, já debati sobre ele extensivamente, mas talvez para um situacionista, por exemplo, eu tenha desenvolvido tal tema muito superficialmente. Esse esquema de implantar desejos nas mentes dos citadinos através de situações aparentemente selecionadas pelas egrégoras de suas cidades pode produzir idéias interessantes... E se, caso eu esteja em São Paulo, tenha uma experiência que me faça querer muito ir para Minas Gerias (como já aconteceu comigo)? Será que a cidade de Minas Gerais estaria me "convocando" para ajudá-la na realização de um plano? 

Creio que seja algo natural: Você se sente bem em um lugar e, consequentemente, você irá fazer bem ao lugar. Então, não sei se há muito mistério aí, mas me recuso a me dar por satisfeito com tal pensamento. Porém, não estou bem disposto a desenvolvê-lo, então pulo esse assunto e parto para um dos meus preferidos: A Interação Bungler.

A INTERAÇÃO BUNGLER

A estratégia aqui é utilizar de sua atenção afiada e sua imaginação malutra para mindfuckear a si mesmo ou aos outros, utilizando como ferramenta os momentos únicos citados acima.

O primeiro passo é, obviamente, identificar tais momentos. Acho que a descrição acima já é suficiente, pois não há muito o que fazer. É algo que simplesmente surge, é aquele desejo repentino que bate logo depois que você observa e/ou participa de uma cena. A associação ocorre e a vontade emerge. Eu disse sobre as cidades, mas você pode lembrar de/ ter desejo de ir a um clube, um espaço diferente, um lugar que você idealiza e tem vontade de ir... 

O segundo passo é não se deixar levar com a correnteza. É tentador experimentar aquele sentimento de inspiração e/ou nostalgia. É realmente lindo, mas saiba que é apenas um desejo, um que pode mudar seu estilo de vida ou não, mas ainda assim é apenas um desejo e que você tem a escolha de realizar ou não. Acredito que a maioria das pessoas que sentem isso não o realizam, alguns poucos chegam a pelo menos passar uns dias no lugar-alvo e poucos poccus podem mudar de cidade. A intenção não é bloquear a sensação, mas mudar o curso dela, não se deixar simplesmente ser levado.

O terceiro passo é entrar em um mundo absurdo com a energia direcionada. Pode-se usar a imaginação para isso ou fazer um ato bem malutro na hora. Bem, é por sua conta, faça o que você achar melhor para cumprir tal objetivo.

Apesar de ser descrito de maneira sistemática, esse processo ocorre fluidamente, não tente ser um robô bungler, mas sim um coelho bungler gerador de quase sempre multiplicado............... Tchau.

Nenhum comentário:

Postar um comentário